Cecília Peixoto: Psicóloga Clínica
CRP 01-13435
Como fazer um Ano realmente novo
Você talvez se pergunte quando chega o fim do ano:
“Deixei de realizar muitas coisas que tinha como meta e, de novo, não consegui. Onde será que errei?”
O ano novo se aproxima, mas sinto que nada muda.
Essas e muitas outras perguntas podem ser respondidas com uma análise profunda sobre o que você tem feito para mudar seus pensamentos, comportamentos e sentimentos.
Será que eles estão sendo os vilões que não deixam você alavancar sua vida, fazendo com que você se sinta estagnado?
Será que são seus traumas que acarretam feridas emocionais que você talvez não veja, mas que estão ali, como feridas físicas que sangram e doem? Saiba que, nesta dor, pode estar o seu maior poder.
Olhar para as feridas é, inicialmente, um processo doloroso. Mas, com toda certeza, permanecer nessa dor sem enfrentá-la dói ainda mais.
E se, hoje, você se abrir para descongelar o seu cérebro dessa dor, buscar a cura e conseguir enxergar essa dor como cicatrizes que estão ali, mas que não doem intensamente como antes? Ao encarar e tratar essas feridas, vamos além do emocional: desinflamamos nosso cérebro e nosso corpo, caminhando para uma cura profunda.
Olhar para o presente, conectado ao passado, é uma maneira de revisitar sua história de vida, com o objetivo de compreendê-la. Olhe ao redor, perceba quem está caminhando com você e visualize caminhos de cura. Lembre-se: o que você cria em sua mente subconsciente torna-se realidade.
Se você usar seu poder de permissão e se abrir para essa descoberta de fazer e ser diferente, um novo ano nascerá dentro de você.
Uma grande referência nos estudos das feridas emocionais, Lise Bourbeau, autora do livro As Cinco Feridas Emocionais, define as feridas como dores psíquicas e conflitos internos, decorrentes de vivências dolorosas que carregamos desde a infância. Essas feridas trazem consequências físicas, mentais e emocionais, sendo elas: rejeição, abandono, humilhação, traição e injustiça.
Como tomar consciência delas e reconhecê-las?
Aqui estão algumas explicações breves:
A Ferida da Humilhação
Pessoas com essa ferida guardam tudo para si, sentem-se menores que os outros e não se percebem importantes ou validadas. Por isso, acabam guardando tanto que se sentem “pesadas”. Para serem aceitas, são muito generosas, vivem cheias de medos e vergonha, aceitam tudo sem questionar e não conseguem ter uma comunicação assertiva.
A Ferida da Traição
Quem carrega essa ferida sente muito medo de ser trocado ou substituído. Por isso, muitas vezes, tornam-se muito atraentes e buscam constantemente se destacar para evitar a rejeição. Contudo, esse comportamento pode levar ao ciúme e à paranoia, sabotando seus relacionamentos. São geralmente controladores e sofrem quando suas expectativas não são atendidas.
A Ferida do Abandono
A pessoa sente que não é querida ou aceita. É carente de atenção e busca excessivamente ajudar os outros, o que, inconscientemente, pode levar ao abandono. Essa ferida está associada à máscara da dependência emocional.
A Ferida da Rejeição
Uma das mais impactantes, faz com que a pessoa tenha dificuldade de olhar para si mesma. Ela busca constantemente atenção, negligenciando suas próprias necessidades. Esse comportamento a afasta de sua essência e valores, levando-a a usar a máscara da escapista para fugir da dor.
A Ferida da Injustiça
Pessoas com essa ferida têm medo de serem usadas e, por isso, tornam-se rígidas e manipuladoras. Para se protegerem, acabam sendo injustas com os outros e com elas mesmas.
O impacto no corpo e na mente
Os traumas não estão apenas no pensamento: eles deixam marcas no corpo. Estudos em neurociência já explicam como essas situações traumáticas se manifestam fisicamente.
Agora que descrevi como as feridas podem influenciar sua vida, convido você a dar o próximo passo: buscar ajuda profissional para ressignificar essas experiências e aprender a viver de maneira mais plena e abundante.
Olhe para suas feridas como o adulto que você é. Use sua bagagem de autoconhecimento — sim, todos temos! — para dar um novo significado a elas.
Se você é uma pessoa que olha para o passado com dores e angústias, saiba que é possível sentir-se valorizado e buscar apenas pessoas e situações que o façam se sentir apreciado.
Seja gentil e generoso consigo mesmo. Reconheça que sua dor foi parte do caminho que o levou a celebrar suas forças e entender que, hoje, você pode escolher curar-se e crescer.
Lembre-se: você pode dar uma nova narrativa ao seu passado, transformando-o em uma fonte de sabedoria.
Procure uma psicóloga, terapeuta ou mentor. Leia livros ou compartilhe com alguém de confiança. Invista em sua compreensão e cura.
“Vamos lá! Mude sua rota.”
UM NOVO ANO para você! Um feliz e próspero 2025!