Por: Psicóloga: Cecilia Peixoto – CRP 01-13435
A personalidade esquizotípica não é a mesma coisa que Esquizofrenia. Enquanto a esquizofrenia envolve delírios e alucinações mais intensas, a esquizotípica apresenta sinais mais leves e duradouros, sem que a pessoa perca completamente o contato com a realidade. No entanto, as duas condições podem ter relação genética, já que pessoas com histórico familiar de esquizofrenia ou outros tipos de transtornos mentais têm maior risco de desenvolver esse tipo de personalidade. Fatores como genética, traumas na infância, negligência emocional, abusos e vivência em ambientes familiares instáveis podem contribuir para o surgimento desse padrão de comportamento.
A pessoa com esse tipo de transtorno apresenta características no padrão de comportamento e pensamento considerado estranho ou incomum; com dificuldades em se relacionar socialmente, expressando suas emoções com desconfianca nos outros, sendo elas apresentadas desde muito jovem, com tendências a se isolar, evitam interações sociais e sentem um desconforto grande em situações que envolvem contato humano, mesmo com pessoas conhecidas.
Um traço marcante é o pensamento imaginativo sem evidência. Além disso, é comum que falem de maneira confusa, com ideias desconectadas, frases vagas ou até uso de palavras inventadas, o que dificulta a comunicação. O jeito de se vestir ou agir também pode ser muito diferente do comum, gerando a impressão de que a pessoa vive “em outro mundo”. Outra característica comum é a expressão emocional reduzida: elas costumam ter um rosto neutro, demonstrando pouco afeto, distantes e desconfiados dos outros, interpretando ações simples como ameaças ou ofensas, o que alimenta ainda mais o isolamento, levando-o a dificuldades nas relações interpessoais.
O tratamento da personalidade esquizotípica pode envolver psicoterapia especialmente abordagens como a Terapia Cognitivo-Comportamental, que ajuda a pessoa a lidar com os pensamentos distorcidos e desenvolver habilidades sociais. Em alguns casos, o acompanhamento psiquiátrico para o uso de medicamentos pode ser indicado para aliviar sintomas como ansiedade, depressão ou desconfiança intensa.
Embora o transtorno não tenha cura, é possível melhorar muito a qualidade de vida com acompanhamento profissional e compreensão do ambiente familiar e social que vive.
A chave está em oferecer acolhimento, escuta e estratégias que fortaleçam a autonomia e as relações interpessoais.
