Crianças: vício em jogos danifica o cérebro tanto quanto álcool e drogas

Cada vez mais comum os pais procurarem clínicas para tratar compulsão dos filhos para games

Jogos de celular e computador que instigam o vício podem ter efeito similar ao abuso de drogas ou alcoolismo no cérebro infantil, revelou uma série de estudos profisonais .
Exames de ressonância magnética mostraram o cérebro de jovens que utilizam com muita frequência o videogame e as mídias sociais exibe as mesmas mudanças de função e estrutura que as dos alcoólatras ou viciados em drogas.
Os pesquisadores ainda descobriram que a parte impulsiva do cérebro, conhecida como sistema límbico, era menor e mais sensível, indicando que os usuários excessivos processam os estímulos
causados por essas plataforma de forma mais rápida que outras pessoas.
As descobertas se tornam cada vez mais relevantes para o cenário atual, especialmente quando jogos, estão começando a afetar crianças em todo o mundo, a exemplo de
uma menina de 9 anos, que foi admitida na reabilitação, depois de fazer xixi na roupa para não ter que pausar o jogo e ir ao banheiro.
Um vício chama outro
De acordo com o estudo, o sistema de recompensa do cérebro é ativado imediatamente quando o indivíduo vê um videogame ou celular. Segundo Ofir Turel, que liderou o estudo, essa ativação é muito mais forte do que em pessoas que não têm vício em jogos e mídias sociais. “Isso está associado à mudança estrutural na qual essa área do
cérebro é menor em usuários excessivos. O sistema menor pode processar associações muito mais rapidamente. Mas como um carro, você precisa colocar mais gás nele para gerar mais energia”, explicou.
A maior preocupação é que a alteração do sistema de recompensa cerebral pode tornar as crianças mais suscetíveis a outros vícios nos futuro. De acordo com a pesquisa, existe uma
associação significativa entre usuários de videogame de 13 a 15 anos e uma maior probabilidade do abuso de cerca de quinze substâncias ilícitas, como cocaína e metanfetamina.
O único aspecto positivo encontrado foi que a parte do cérebro responsável pelo autocontrole não foi tão afetada como em pessoas viciadas em álcool ou drogas, ou seja, a maioria dos jogadores é capaz
de controlar o próprio comportamento em relação ao vício, mas prefere não fazê-lo.
Vício em internet
Um terceiro estudo realizado pelos cientistas mostrou que o vício em internet também é capaz de interromper conexões entre os lados esquerdo e direito do cérebro dos jovens. Segundo Turel, há um fator de risco muito maior para as crianças dependentes uma vez que seus cérebros são flexíveis, o que pode aumentar a propensão ao desenvolvimento de vícios.
Esse risco está associado ao fato de que apesar de ter um sistema de recompensa mais desenvolvido, o de autocontrole ainda está em formação. “Eles são muito mais predispostos a comportamentos
impulsivos e arriscados. Eles precisam da nossa proteção. Com as crianças há espaço para regulamentação. Seus cérebros não são tão eficientes quanto os nossos” alertou.
Reabilitação
Pais estão mandando seus filhos para a reabilitação a fim de ajudá-los a superar o vício em jogos e internet. Clínica de dependência em internet,
tem tratado crianças e jovens que costumavam passar a noite inteira jogando, um dos principais sinais do vício.
Em fóruns na internet, mães se reúnem para contar a história dos filhos. Uma delas proibiu o filho de 9 anos de jogar porque ele estava ficando cada vez mais agitado e irritadiço. Outra mãe escreveu: “Ontem ele [filho] viu um cartaz com um homem e uma criança em uma piscina e comentou que seria um tiro perfeito para explodir suas cabeças”.
Leia mais em: https://veja.abril.com.br

Poliana Costa
Author: Poliana Costa

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