Cecilia Peixoto
Psicóloga Clínica CRP 0113435
De acordo com diversas pesquisas realizadas e, em uma específica realizada pela Datafolha em julho /2022, divulgada na Internet, indicaram que 34% dos estudantes estão com dificuldades de controlar suas emoções desde o retorno às aulas presenciais pós- pandemia , percentual que sobe para 40% dos jovens do ensino médio.
Além disso os responsáveis apontam que 24% dos alunos se sentem sobrecarregados e 18% tristes e deprimidos.
Esta e tantas outras pesquisas disponibilizadas acerca da depressão na adolescência tem assustado famílias e profissionais de adolescentes em todo Brasil, segundo o psiquiatra Dr.Augusto Cury, “as pessoas nascidas no século XXI estão mais tristes e depressivas” e que o uso indiscriminado de aparelhos tecnológicos está tomando as pessoas mais distantes, egoístas e superficiais.
A depressão na adolescência é muitas vezes difícil de ser percebida , pois trata- se de um momento no qual ele sofre tanto com questões ligadas à autoestima, mudanças e aceitação do corpo físico, e muitas mudanças emocionais, excessos de cobranças como, “você não é mais criança ” e ao mesmo tempo, “você ainda não é adulto” , fazendo com que eles fiquem ansiosos e não saibam quem são, ou quem estão se tornando. Muito deles são recheados de cobranças com suas tarefas e obrigações, que lhes causam estresse.
Outros não têm quem os cobrem, são órfãos de pais vivos, com isso alguns desenvolvem a doença, seja por aspectos sociais, culturais, biológicos e até mesmo espirituais.
De acordo com dados da organização mundial da saúde (OMS ) o Brasil é o líder em casos de depressão /julho/22.
E como é possível perceber os sintomas, na adolescência que muitas vezes confundimos facilmente com os comportamentos típicos desta fase?
É realmente desafiador, até mesmo porque eles na maioria , não falam sobre o que sentem, uns por Medo, outros por vergonha de pedir ajuda, se sente fracos, inúteis, principalmente quando são apontados de preguiçosos, desinteressados,e, outros acabam se isolando, muitas vezes, seus comportamentos são julgados e creditados aos aparelhos tecnológicos, os grandes culpados pelo comportamento antissocial.
Na verdade são muitas as causas, podem ser por genéticas, doenças crônicas, ambiente social, familiar, abusos fisicos, psicológicos, vulnerabilidades, carências de afetividade e diálogo, por isso, devemos ficar atentos aos nossos adolescentes e procurar conversar, sempre deixando abertura pra que eles consigam pedir ajuda, tanto em casa, quanto na escola.O primordial é acreditar no que eles estão relatando,sem julgamentos, a escuta assertiva nestes momentos é fundamental.
Mas e como observar os sintomas?
Os mais comuns são: queda de rendimento escolar, mudanças bruscas de humor, irritabilidade excessiva, falta de energia, vontade, excesso de tristeza e perda de interesses pelas atividades da sua rotina….
Se faz necessário procurar ajuda, com psicoterapia e algumas vezes medicamentos, mas o fundamental é levarmos aos nossos adolescentes/jovens, uma educação socioemocional, para isso é importante essa educação ser vivenciada na rotina da família, da escola nos gestores, professores, porteiros, em todos se faz necessário um olhar empático e comprometido dando a eles, segurança, preparação, forças, afinal investimento na saúde mental dos jovens é um investimento para um futuro melhor pra todos nós.
MATERIA VEICULADA NO IMPRESSO EDIÇÃO 138