Taxa de Desemprego aumenta no Distrito Federal

As informações da Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal – PED-DF, realizada pela CODEPLAN e DIEESE, mostram que a taxa de desemprego total aumentou, ao passar de 19,8% para 20,7%, entre abril de 2019 e abril de 2020.  O contingente de desempregados foi estimado em 333 mil pessoas, 13 mil a mais que no mesmo mês do ano anterior, resultado da redução do nível de ocupação (menos 17 mil ocupados) e da relativa estabilidade da População Economicamente Ativa – PEA (3 mil pessoas saíram do mercado de trabalho da região).

TABELA A

Estimativas do número de pessoas de 14 anos e mais, segundo condição de atividade, e taxas de participação e de desemprego

Distrito Federal – Abril/2019-Abril/2020

Fonte: PED-DF. Convênio: CODEPLAN e DIEESE

Condição de Atividade e Taxas Abril de

2019

Abril de

2020

Variações Abril-20/Abril-19
Absoluta

(em mil pessoas)

Relativa

(%)

População em Idade Ativa 2.432 2.476 44 1,8
População   Economicamente Ativa 1.612 1.609 -3 -0,2
    Ocupados 1.292 1.275 -17 -1,3
     Desempregados 320 333 13 4,1
       Desemprego Aberto 284 279 -5 -1,8
       Desemprego Oculto 35 54 19 54,3
 Inativos com 14 anos e mais 821 868 47 5,7
 Taxas (%)
     Participação 66,3 65,0 -2,0
     Desemprego Total 19,8 20,7 4,5
      Desemprego Aberto 17,6 17,3 -1,7
      Desemprego Oculto 2,2 3,4 54,5

 

DESEMPREGO

 

  1. A taxa de participação – proporção de pessoas com 14 anos e mais incorporadas ao mercado de trabalho como ocupadas ou desempregadas – passou de 66,3% para 65,0% da População em Idade Ativa – PIA, no período em análise (Tabela A).
  2. Entre abril de 2019 e abril de 2020, a taxa de desemprego total aumentou, ao passar de 19,8% para 20,7%. Segundo suas componentes, a taxa de desemprego aberto variou de 17,6% para 17,3% e a de desemprego oculto aumentou de 2,2% para 3,4% (Gráfico 1).

GRÁFICO 1

Taxa de desemprego, por tipo

Distrito Federal –Abril/2015 a Abril/2020

 

Fonte: PED-DF – Convênio: CODEPLAN-GDF e DIEESE

  1. Segundo Grupos de Regiões Administrativas, a taxa de desemprego diminuiu no Grupo 2 (regiões de média-alta renda), de 17,5% para 15,8%, aumentou no Grupo 3 (regiões de média-baixa renda), de 23,7% para 25,1%, e no Grupo 4 (regiões de baixa renda), de 25,8% para 30,1%, entre abril de 2019 e abril de 2020 (Gráfico 2). 

GRÁFICO 2

Taxa de desemprego total, por Grupos de Regiões Administrativas(1)

Distrito Federal – Abril/2017 a Abril/2020 (%)

Fonte: PED-DF – Convênio:  CODEPLAN-GDF e DIEESE

Nota: (1) A amostra não comporta desagregação da taxa de desemprego total para o Grupo 1 (alta renda) – Plano Piloto, Jardim Botânico, Lago Norte, Lago Sul e Park Way e Sudoeste/Octogonal. Grupo 2 (média-alta renda) – Águas Claras, Candangolândia, Cruzeiro, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Sobradinho, Sobradinho II, Taguatinga e Vicente Pires.  Grupo 3 (média-baixa renda) – Brazlândia, Ceilândia, Planaltina, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, SIA, Samambaia, Santa Maria e São Sebastião. Grupo 4 (baixa renda) – Fercal, Itapoã, Paranoá, Recanto das Emas, SCIA – Estrutural e Varjão

  1. Entre abril de 2019 e abril de 2020, a taxa de desemprego apresentou o seguinte comportamento, segundo atributos pessoais e existência ou não de trabalho anterior:

Sexo Relativa estabilidade entre os homens (de 17,8% para 17,9%) e aumento para as mulheres (de 21,9% para 23,6%).

Faixa etária – Aumento entre as pessoas de 16 a 24 anos (de 44,4% para 47,2%), entre os de 25 a 39 anos (de 16,5% para 19,2%) e redução para as de 40 a 49 anos (de 12,9% para 11,8%).

Posição no domicílio – Crescimento para os chefes de domicílio (de 9,7 % para 10,3%) e para os demais membros do domicílio (28,0% para 29,4%).

Raça/cor – Aumento para os negros (de 21,4% para 23,6%) e redução para os não negros (de 16,4% para 15,0%).

Trabalho anterior Elevação entre aqueles com trabalho anterior (de 17,2%, para 17,9%) e, em maior intensidade, para os que buscam o primeiro emprego (de 29,4% para 32,9%). Em abril de 2020, 31,7% do total de desempregados não havia trabalhado anteriormente. 

OCUPAÇÃO

  1. No mês em análise, o nível de ocupação diminuiu em relação ao mesmo mês do ano anterior (-1,3%, ou -17 mil) e o contingente de ocupados foi estimado em 1.275 mil pessoas.

GRÁFICO 3

Variação anual(1) do nível de ocupação

Distrito Federal – Abril/2017 a Abril/2020 (%)

Fonte: PED-DF – Convênio: CODEPLAN-GDF e DIEESE.

Nota: (1) Mês de referência em relação ao mesmo mês do ano anterior

 

  1. Setorialmente, esse resultado decorreu de reduções no Comércio (-2,8%, ou -6 mil) e nos Serviços (-0,9%, ou -9 mil), enquanto quase não variou, em termos absolutos, o contingente na Construção (-1,7%, ou -1 mil). Houve, ainda, estabilidade na Indústria de Transformação. A Administração Pública, por sua vez, aumentou (11,1%, ou 18 mil), no período em análise (Tabela B).

 

TABELA B

Estimativas do número de ocupados, segundo setores de atividade

Distrito Federal – Abril/2019 a Abril/2020

 

Formas de inserção Abril de

2019

Abril de

2020

Variações Abril-20/Abril-19
Absoluta

(em mil pessoas)

Relativa

(%)

Total de ocupados(1) 1.292 1.275 -17 -1,3
Indústria de transformação(2) 43 43 0 0,0
     Construção(3) 59 58 -1 -1,7
     Comércio(4) 218 212 -6 -2,8
      Serviços(5) 950 941 -9 -0,9
Administração Pública(6) 162 180 18 11,1

Fonte: PED-DF. Convênio:  CODEPLAN-GDF e DIEESE

Notas: (1) Inclui agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (Seção A); indústrias extrativas (Seção B); eletricidade e gás (Seção D); água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (Seção E); organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais (Seção U); Atividades mal definidas (Seção V). As seções mencionadas referem-se à CNAE 2.0 domiciliar

(2) Seção C da CNAE 2.0 domiciliar

(3) Seção F da CNAE 2.0 domiciliar

(4) Seção G da CNAE 2.0 domiciliar

(5) Seções H a T da CNAE 2.0 domiciliar

(6) Seção O da CNAE 2.0 domiciliar

  1. 7. No Setor de Serviços – responsável por 73,8% do total de ocupados no Distrito Federal em abril de 2020 – houve, nos últimos 12 meses, elevações do nível de ocupação nos segmentos da Administração pública, defesa e seguridade social (11,1%); Transporte, armazenagem e correio (8,0%); Saúde humana e serviços sociais (5,7%); Alojamento e alimentação; outras atividades de serviços, artes, cultura, esporte e recreação (7,4%). Por sua vez, decresceu o nível ocupacional para Atividades administrativas e serviços complementares (-18,2%); Educação (-9,2%); Serviços domésticos (-7,8%); Informação, comunicação, atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, atividades profissionais científicas e técnicas (-1,5%) (Tabela 10 – Anexo Estatístico).

 

POSIÇÃO NA OCUPAÇÃO

  1. 8. Entre abril de 2019 e abril de 2020, aumentou o contingente de assalariados do setor público (9,0%, ou 25 mil) e reduziu no setor privado (-9,1%, ou -58 mil). No setor privado, houve redução do assalariamento com carteira de trabalho assinada (-7,8%, ou -42 mil) e dos sem carteira (-16,0%, ou -16 mil). Verificou-se, ainda, acréscimos entre os trabalhadores autônomos (11,1%, ou 21 mil), pequena variação positiva, em termos absolutos entre os classificados nas demais posições (2,1%, ou 2 mil), e redução entre os empregados domésticos (-7,8%, ou -7 mil) (Tabela C).

TABELA C

Estimativas do número de ocupados, segundo posição na ocupação

Distrito Federal – Abril/2019-Abril/2020 

 

Formas de inserção Abril de

2019

Abril de

2020

Variações Abril-20/Abril-19
Absoluta

(em mil pessoas)

Relativa

(%)

Assalariados(1) 916 883 -33 -3,6
    Setor Privado 636 578 -58 -9,1
           Com CTPS 536 494 -42 -7,8
           Sem CTPS 100 84 -16 -16,0
     Setor Público 279 304 25 9,0
Autônomos 190 211 21 11,1
Empregados domésticos 90 83 -7 -7,8
Demais ocupações(2) 96 98 2 2,1

Fonte: PED-DF – Convênio: CODEPLAN-GDF e DIEESE

Notas: (1) Inclui os que não sabem a que segmento pertence a empresa em que trabalham

(2) Incluem empregadores, donos de negócio familiar, trabalhadores familiares sem remuneração, profissionais liberais e outras posições ocupacionais 

RENDIMENTO

  1. 9. Entre março de 2019 e março de 2020, aumentaram os rendimentos médios reais de ocupados (5,8%), de assalariados (7,6%), e reduziu o dos autônomos (-1,1%), os quais passaram a equivaler a R$ 3.676, R$ 4.169 e R$ 1.989, respectivamente (Tabela D).
  2. 10. Entre os assalariados, aumentaram as remunerações médias no setor privado (6,4%) e pouco variou no setor público (0,3%). No setor privado, aumentou o rendimento médio dos empregados com carteira assinada (4,7%) (Tabela D).

 

TABELA D

Rendimento médio real(1) dos ocupados e assalariados, segundo categorias selecionadas, e dos trabalhadores autônomos

Distrito Federal – Março/2019-Março/2020

 

Formas de inserção Março de

2019

Março  de

2020

Variações relativas (%)
Abril de 2020 / Abril de 2019
Ocupados 3.474 3.676 5,8
Assalariados(2) 3.876 4.169 7,6
    Setor Privado 2.094 2.229 6,4
           Com CTPS 2.174 2.277 4,7
           Sem CTPS 1.569 (1)
     Setor Público(3) 8.401 8.426 0,3
Autônomos 2.011 1.989 -1,1

Fonte: PED-DF – Convênio: CODEPLAN-GDF e  DIEESE

Notas: (1) Inflator utilizado: INPC/DF-IBGE. Valores em reais de março de 2020

(2) Inclui os que não sabem a que setor pertence a empresa em que trabalham

(3) Engloba empregados nos governos municipal, estadual e federal, nas empresas de economia mista, nas autarquias, etc

Nota: Exclusive os assalariados e os empregados domésticos assalariados que não tiveram remuneração no mês, os trabalhadores familiares sem remuneração e os trabalhadores que ganharam exclusivamente em espécie ou benefício

 

  1. Segundo os grupos de trabalhadores por percentis de renda, o rendimento médio aumentou entre os 10% mais ricos, tanto para os ocupados (9,9%) como para os assalariados (10,4%). Entre os 10% mais pobres também houve acréscimos para os ocupados (2,0%) e os assalariados (6,9%) (Tabela E).

TABELA E

Rendimento médio real(1) dos ocupados e dos assalariados, segundo percentis de renda

Distrito Federal – Março/2019-Março/2020

 

Formas de inserção Março
de
2019
Março de

2020

Variações relativas (%)
Março de 2020 /  Março de 2019
Ocupados(2)
   10% mais pobres 614 626 2,0
   25% mais pobres 881 894 1,5
   Entre 25 e 50% mais pobres 1.423 1.427 0,3
   Entre 50 e 25% mais ricos 2.643 2.783 5,3
   25% mais ricos 8.944 9.581 7,1
   10% mais ricos 13.232 14.544 9,9
Assalariados(3)
   10% mais pobres 832 890 6,9
   25% mais pobres 1.004 1.039 3,5
   Entre 25 e 50% mais pobres 1.525 1.565 2,7
   Entre 50 e 25% mais ricos 3.046 3.383 11,1
   25% mais ricos 9.910 10.657 7,5
   10% mais ricos 14.167 15.645 10,4

Fonte: Fonte: PED-DF – Convênio: CODEPLAN-GDF e DIEESE. PED-DF – Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal

Notas: (1) Inflator utilizado: INPC/DF-IBGE. Valores em reais de março de 2020

(2) Excluem os assalariados e os empregados domésticos assalariados que não tiveram remuneração no mês, os trabalhadores familiares sem remuneração salarial e os trabalhadores que ganharam exclusivamente em espécie ou benefício

(3) Excluem os assalariados que não tiveram remuneração no mês

 

PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO NO DISTRITO FEDERAL – PED-DF

Metodologia

Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – SEADE

Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE

Convênio Regional

Companhia de Planejamento do Distrito Federal – CODEPLAN

Poliana Costa
Author: Poliana Costa

Gostou do post?
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0

Você pode gostar:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Digital em PDF

Patrocinado