SÍNTESE GRÁFICA – POPULAÇÃO NEGRA -2020

Entre abril e setembro de 2020, as condições de inserção da população negra no mercado de trabalho do Distrito Federal se mantiveram desvantajosas, quando comparadas às da população não negra. A incidência do desemprego continuou sendo
maior e a presença em postos de trabalho de mais prestígio, estabilidade e rendimentos permaneceu escassa para a parcela da sociedade formada por pessoas pretas e pardas.

De abril a setembro de 2020, 63,8%
dos negros com idade igual ou
superior aos 14 anos participavam
do mercado de trabalho do Distrito
Federal, em busca de ocupação.
Porém, mais de um 1/5 dessa força
de trabalho negra permaneceu em
desemprego (22,3%). O engajamento
da população não negra na estrutura
de trabalho remunerado regional era
sensivelmente menor (58,6%), assim
como era menos intensa a
dificuldade enfrentada na obtenção
da inserção ocupacional, o que fica
expresso na taxa de desemprego de
15,8% (Gráfico A).

A alta taxa de desemprego das
mulheres negras (25,4%) exibia
as dificuldades enfrentadas por
essa parcela da população no
acesso a oportunidades de
trabalho. Entretanto, igualmente
importante era a elevada
presença dos homens negros no
mercado de trabalho (71,7%), o
que se combinava a expressivos
obstáculos para obtenção de
ocupação, redundando em alta
proporção de desempregados
(19,4%).

Diferenciais na intensidade de
participação e do desemprego,
quanto a raça/cor e sexo, rebatem
no perfil da PEA e desempregados
do Distrito Federal.
A população negra correspondia a
65,2% da força de trabalho do
Distrito Federal e a 72,6% dos
desempregados, entre abril e
setembro de 2020. Constata-se que
a sobrerrepresentação da população
negra no desemprego era mais
acentuada para o contingente
feminino, uma vez que mulheres
pretas e pardas correspondiam a
30,9% da força de trabalho regional
e a 39,3% dos desempregados
(Gráfico C).

O tempo dispendido na procura por ocupação
expõe dois dilemas – a escassez de
oportunidades e as dificuldades de manutenção
dos trabalhadores durante um prolongado
período de desemprego, na busca por trabalho
remunerado. Este indicador tende a ser maior
para mulheres e menor para população negra,
resultando em um gradiente face a recorte de
sexo e raça/cor.
O tempo médio de procura por trabalho das
mulheres e homens negros, entre abril e
setembro de 2020, foi, respectivamente, menor
que o registrado para as populações feminina e
masculina não negras.
Contudo, a duração do desemprego se mostrou
aflitivamente longa para todos os grupos
populacionais do Distrito Federal, no período
analisado.

A população negra estava mais
presente no setor privado, 50,3% dos
homens e 48,1% das mulheres negras
ocupados se inseriam nesse
segmento. No setor público ocorre o
oposto, menos de 1/5 das mulheres e
homens negros encontravam trabalho
nessa dimensão institucional. O
trabalho autônomo, por sua vez, era
mais importante na estrutura
ocupacional dos homens,
principalmente dos homens negros.

Os homens negros tinham a
maior jornada média de
trabalho semanal, 41 horas,
independente disso, seu
rendimento mensal era
inferior ao das mulheres não
negras, que trabalhavam três
horas a menos por semana.
As mulheres negras
continuaram a receber os
menores rendimentos médios,
entre abril e setembro de
2020.

Considerando o rendimento médio/hora
dos homens não negros como referência
de comparação, constata-se que a
desigualdade por raça/cor e sexo
designava a população negra os níveis
mais restritos de remuneração. Enquanto
homens negros auferiam pouco mais da
metade do rendimento médio do topo,
representado pelos homens não negros
(53,7%), as mulheres negras não
alcançaram 48% daquele valor.

 

Fonte: Dieese.org.br / Codeplan.df.gov.br

Poliana Costa
Author: Poliana Costa

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