Por Dr Joel Câmara
Advogado e Ciêntista político

Parabéns à jornalista Poliana e ao “Jornal Daqui” por iniciar um movimento em defesa da educação no Brasil. Nenhuma nação se tornou soberana sem que antes tenha realizado uma revolução cultural, e o exemplo clássico foi dado pelo imperador Mutsuhito, que promoveu a Restauração Meiji, no Japão.
Os mares do Japão eram invadidos por potências internacionais para caçarem baleias a fim de retirarem óleo, usado para iluminar as ruas dos países europeus e dos Estados Unidos. Em 1844, o Imperador Guilherme II, dos Países Baixos, instou o Japão a abrir seus portos às potências internacionais. Os japoneses, não só rejeitaram, como continuaram a afundar os navios invasores.
Em 8 de julho de 1853, a esquadra americana, sob ordens do Comodoro Matthew Perry, invadiu a Baía de Edo e avançou com os navios de guerra Mississippi, Plymouth, Saratoga e Susquehanna, designados Kuro Fune (“Barcos Negros”, porque eram pintados de preto). Oito meses antes da assinatura dos tratados de paz com Perry, nasceu Mutsuhito, chamado inicialmente Sachi no Miya (Príncipe Sachi), que, com apenas 14 anos, ascendeu ao trono e, em setembro de 1868, recebeu o título Meiji (Iluminado). O professor Nijô Naryuki, como Regente e Conselheiro, redigiu e pediu ao Imperador que assinasse um “Reescrito Imperial”, proclamando:
“De hoje em diante, não haverá nenhum inculto no Japão. Quem sabe tem obrigação de ensinar a quem não sabe. Cultivai as ciências e as artes para desenvolver vossos dotes morais. Que a educação seja disseminada de tal sorte que não reste, em nenhuma aldeia, uma só família ignorante, sem distinção de sexo ou classe. Que cada pai ou irmão mais velho tenha como primeiro dever administrar o ensino aos seus filhos ou irmãos mais moços. Que o saber seja o indispensável capital para que alguém prospere e se eleve. Aqueles que vivem sem teto, arruinados e famintos, assim estão por falta de educação.”
O povo atendeu religiosamente à convocação do Imperador e, ao vê-lo passar em sua carruagem, bradava: “Sino-joi! Kimo Joi!” – (Viva o Imperador! Fora os bárbaros!). O sucesso da ideia se deveu ao fato de estar ao nível da consciência patriótica do povo.
O povo japonês, reconhecendo que a grandeza do Japão se deveu à abertura forçada dos portos pelo Almirante Perry, ergueu seu busto em mármore no porto de Tóquio. O problema é que o povo brasileiro está dividido entre “governo” e “oposição”. O que é liderado por um, é repudiado pelo outro.





