Oferecendo apoio e compreensão: Um olhar sobre o enfrentamento do Câncer

Por Cecília Peixoto Psicóloga Clínica CRP 01/ 13435.

Março é conhecido como o mês de conscientização sobre diversos tipos de câncer. A maioria de nós já perdeu um ente querido para essa doença ou ao menos ouviu falar sobre ela. É natural nos sentirmos perdidos ao lidar com o câncer, surgindo diversos questionamentos. O processo de adoecimento mobiliza intensamente tanto o paciente quanto seus familiares. Este texto tem como objetivo oferecer apoio a essas pessoas, buscando minimizar os sofrimentos causados e ajudando a desenvolver aspectos mais favoráveis no enfrentamento da doença, que pode causar desconforto.
É crucial, inicialmente, aceitar os sentimentos presentes, tanto por parte do paciente quanto dos familiares, de forma benéfica. O que podemos fazer é oferecer apoio e empatia, buscando compreender e lidar com a possibilidade da morte. Ninguém enfrenta a morte sem dor; é importante aceitar e ser gentil consigo mesmo.
Diversos sentimentos assustam a todos, como frustrações, oscilações emocionais, irritabilidade, intolerâncias, mágoas, medo, terror, pena de si mesmo, perda de controle da vida e, dependendo do tipo de câncer, lidar com preconceitos e vergonhas sociais impostas pela sociedade, causando culpa e dor.

A comunicação se torna algo estranho, confuso e doloroso, mas é importante estabelecer uma comunicação honesta e aberta, dando oportunidade para dialogar, expressar o que se sente e pensa, falar sobre o que incomoda e evitar o isolamento. É necessário coragem para aceitar o ser humano que realmente somos, mesmo quando outros impõem padrões externos de comportamento.
É importante compartilhar sentimentos, evitar julgamentos, estar presente, saber ouvir, aceitar o silêncio e evitar a solidão. Uma conversa aberta, às vezes apenas o olhar, estar presente, sentar-se ao lado, dar espaço, ter um diálogo aberto, claro e solidário, dizer o que precisa ser dito, evitando falar frases que rejeitem ou neguem os sentimentos da pessoa, é crucial. Não é necessário tentar mudar, mas sim compreender ou, pelo menos, tentar essa compreensão. Às vezes, valorizar o silêncio é uma boa técnica.
Sejamos solidários, mas permitindo que o paciente seja independente, assumindo sua responsabilidade e tratando-o como tal, nunca como criança ou vítima, com um olhar de pena, pois eles se sentem humilhados, fazendo-os sentir que não são capazes.

Outro fator importante é entender o processo de dor. Não queiram ser o salvador dessa dor. Lembre-se de que é um processo que, com muita fé, tratamento e união, pode levar à cura desejada ou à aceitação do que poderá vir.
Se você conhece alguém que enfrenta dificuldades para lidar com isso, ajude-o a procurar ajuda profissional. E se for você, não hesite, procure ajuda também. Sejamos mais compreensivos e menos julgadores.

Poliana Costa
Author: Poliana Costa

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