Uma forma de entender a sustentabilidade através dos povos indígenas e cerratenses
Olá leitores do Jornal Daqui DF! Sou o professor Adolpho Fuica, Diretor de Educação Ambiental do Jardim Botânico e Diretor de Meio Ambiente do Legião Cerrado Moto Club Car. Estou estreando neste espaço do jornal dedicado à sustentabilidade. Para falar deste tema tão importante para nós, é preciso relembrar como a região do planalto central, o coração do Cerrado brasileiro, foi ocupada.
O Cerrado brasileiro é habitado há mais de 12 mil anos, por nações indígenas como os Avá-canoeiros, os Caiapós, os Xavantes, e inclusive os índios Goyá, que foram dizimados, mas deram nome ao estado de Goiás. Esses povos viviam no Cerrado em plena sustentabilidade, tanto na caça e coleta de alimentos como na plantação. Exemplo disto foi uma experiência na qual tive a honra de participar junto com o historiador Paulo Bertran. Foi uma exumação de uma mãe e uma criança mumificadas, em Serranópolis (GO). Ao lado deles, foi encontrado um pote de resina petrificada, que cientistas concluíram que era resina de Barbatimão, uma planta medicinal que vamos conhecer em algumas matérias adiante.
Para conhecer mais sobre essa pesquisa, visite www.serranopolis.go.gov.br e www.pousadadasararas.com.
Nossa contribuição
A gestão, a recuperação e a manutenção do Cerrado também serão destaque neste espaço, contando as qualidades desse bioma, como a água e o ar, assim como suas tradições que nos ajudam com soluções e estratégias científicas e populares. Por ter ao nosso lado vários profissionais, estamos abertos a receber denúncias ambientais, demandas por recuperação de áreas, para identificação do bioma/fitofisionomia do Cerrado, e sugestões. Nesta edição, aproveito para mostrar alguns livros e trabalhos científicos que os leitores podem procurar. Esse material será colocado também no link para a coluna Daqui Sustentável do site do jornal para a consulta de todos.
Também vamos descrever algumas das espécies da fauna e flora do Cerrado, privilegiando as plantas que há milhares de anos são utilizadas pelos povos indígenas e afrodescendentes que aqui habitaram. Existe uma gama de usos para elas, como medicamentos, cosméticos, alimento, uma riqueza que as nações antigas já usavam e ainda hoje são usadas. Será um resgate da fitoterapia e da flora que existe no Cerrado, que todo mês estará na coluna ao lado.