Por Profª Pollyanna Silva
Em maio, no dia 13 do ano de 1888, foi assinada a lei que aboliu a escravidão no Brasil. A data no entanto, não é comemorada pelo movimento negro. Segundo historiadores, os senhores se eximiram da responsabilidade de manutenção e segurança dos libertos. Nem o estado, a igreja ou qualquer outra instituição assumiu encargos especiais para preparar os ex-escravos para o novo regime de organização de vida e do trabalho, jogando assim, muitos a marginalidade.
Alexandre Braga (Unegro) explica “o 13 de maio entrou para o calendário da história do país, então não tem como negar o fato, é algo a ser reelaborado, porque houve uma abolição formal, mas os negros continuam excluídos do processo social.”
Desde o início dos anos 80 a data é considerada como um dia nacional de luta contra o racismo.
Jovens negros de periferia ainda veem distância entre as oportunidades de estudo, trabalho e representação positiva da população.
Exemplo dessa luta constante Suellington Ramonne, campeão Panamericano de Artes Marciais e professor de Educação Física da rede pública no primeiro segmento, com seu cabelo e atitude deu voz as crianças que passaram a ter uma referência mais próxima a elas. “Alguns alunos fazem cachinhos no cabelo e vem mostrar que está igual ao meu.” conta o professor.
Formado em Engenharia de análise e desenvolvimento de sistemas, o autônomo Ramirez Jeronimo, afirma as dificuldades pessoais enfrentadas ao longo da vida. Salienta a importância das políticas afirmativas, como programa de cotas e bolsas de estudo e do quão difícil é a aceitação da imagem preta pela sociedade. “Não é estilo, é personalidade. Meu cabelo trançado, roupas, gosto musical e tantas coisas são muitas vezes consideradas exóticas, que nada mais é que uma forma velada de expressar preconceito. Até mesmo a religião é tabu.”
Então tomemos o dia 13 de maio como um dia de luta pela igualdade de tratamento, respeito e oportunidades.
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Mestre em Educação Física da Universidade Católica de Brasília