Fred Le Blue Assis lança o livro sobre Goianos em Brasília pela Editora Brasílha Teimosa

Por Frederico Assis 

“Tradição da Modernidade: Memórias e Mobilidades Goianas no Urbanismo de Brasília” disponível no site editorabrasilhateimosa.weebly.com) pela Coleção Artetetura e Humanismo, trata do longo processo de ocupação do sertão goiano para a edificação social e urbanística de Brasília. O autor apresenta uma análise comparativa da história urbana de Goiânia de Goiás (1933) e Brasília de Brasíl (1960), no que permite cotejar entrelaçamentos de memórias modernas entre as duas cidades planejadas após transferência de capital colonial, Cidade de Goiás e Rio de Janeiro, respectivamente. No que contribui para repensar os conflitos regionais entre goianos e brasilienses, que tende a criar um alto distanciamento social e cultural entre as duas capitais tão próximas fisicamente. Após conviver por 2 anos em repúblicas estudantis de classe média de goianos no Plano Piloto, a pesquisa de campo realizada em 2005-6, descreve como goianos tentam reagir as hostilizações contra sua cultura, vista como “atrasada” e “rural” (tradicional e antimoderna), a partir de um processo de reapropriação subjetiva do espaço social brasiliense, por meio da criação de territórios imaginários “goianizados” regionalistas, mas que acabam contribuindo para reforçar o estigma e a exclusão regional. O livro mostra como a “tradição da modernidade” imobilista e mitológica em Brasília, por vezes, tem silenciado a memória moderna de Goiânia precedente a sua, enquanto capital também moderna, e estigmatizado à presença dos goianos, que, no entanto, tem o direito de continuar a escolher a cidade para estudar, trabalhar, viver e sonhar. Mais, do que isso, ela artificializa a história urbana por não considerar as preexistências sociais e especiais sertanejas goianas na paisagem social e ambiental do território onde Brasília está situada e como essas memórias quase invisíveis ainda, assim, são marcantes no cotidiano atual da cidade, como na forte presença das festas juninas, inclusive, no Plano Piloto. Mesmo que isso seja mais visível nas cidades do entorno com Goiás, onde moram muitas famílias goianas de classe mais baixa, que migraram no passado em função da esperança de um futuro no “campo de obras” e, mais recentemente, do comércio da nova capital federal, Brasília, cujo bioma natural é o do Cerrado, também é Goiás no que tem tradicional e moderna.

 

FREDERICO LE BLUE ASSIS
P.H.D. Urban Planning IPPUR/UFRJ; mestre em Memória Social PPGMS/UNIRIO; graduado em Comunicação Social FIC/UFG; Pesquisador associado do Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC-UFRJ); Idealizador do Movimento Artetetura e Humanismo e do LAH-AQUI (Laboratório de Artetetura e Humanismo de Ações para Questões Urbanas Insolúveis); Editor da Coleção “Artetetura e Humanismo: Olhar do artista, mãos de arquiteto” e autor de livros, filmes, músicas e WEB séries de educação política patrimonial e socioambiental

Poliana Costa
Author: Poliana Costa

Gostou do post?
+1
1
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0

Você pode gostar:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Digital em PDF

Patrocinado