Leandro Grass é deputado distrital pelo PV e, ainda no primeiro mandato, decidiu concorrer a um cargo mais alto: é o candidato ao governo pela Federação PT-PV-PCdoB, que tem Lula como candidato à presidência. Conversamos com o parlamentar, que se prepara para enfrentar uma campanha difícil e inédita.
Depois de ser eleito deputado distrital na primeira tentativa, o que te levou a tentar a candidatura ao governo?
Eu poderia seguir o caminho mais óbvio, mas nesse período pude ver o abandono da cidade, o quanto a população tem sofrido por falta de assistência social, de atendimento na saúde, de ser vista de perto. Enquanto isso, o governador se envolvia em corrupção e se preocupava em governar para os ricos. Percorri todos os cantos do DF e sei o que pode ser feito, não poderia deixar que tudo ficasse como está. Então me coloquei nesse projeto coletivo, ao lado de quem também queria melhorar o Distrito Federal olhando para as pessoas de verdade.
Que medidas você pensa em adotar de início, se for eleito?
Nossa prioridade é acabar com a fome no DF, aqui é a unidade da federação em que mais pessoas entraram na linha da miséria. E ainda estão passando noites nas filas do CRAS para tentar uma senha. Isso é desumano! Então vamos criar o Programa Renda Cidadã, que vai unificar e ampliar os benefícios concedidos às famílias vulneráveis. Também vamos priorizar o atendimento básico de saúde perto de casa, a educação integral e uma mudança total no sistema de transporte, com ônibus mais confortáveis e mais integrados ao metrô, com um cartão que poderá ser usado livremente por uma semana ou um mês.
E o que pode ser feito por São Sebastião?
Essa foi uma das cidades que foram mais abandonadas pela gestão atual, na saúde, por exemplo. Temos que implantar as UBSs que não puderam ser abertas por descaso do governo e melhorar as existentes. Também vamos fazer obras estruturantes, como a implantação de calçadas e asfalto no Morro da Cruz, que já tem boa parte regularizada. Outro ponto essencial é ampliar o acesso das crianças às creches conveniadas ou construir uma pública, que até hoje não existe. E para garantir o acesso a tudo isso precisamos de um transporte público de qualidade, com ônibus chegando mais perto de onde as pessoas moram e levando até as pistas principais. Enfim, São Sebastião vai finalmente ser acolhida por nós.