Grupo liderado pela ministra Damares Alves conheceu ainda a comunidade terapêutica Casa Maria de Magdala
O local atende 24 famílias indígenas da etnia Warao (Foto: Clarice Castro/MMFDH)
Para promover ações direcionadas à garantia de direitos humanos e ouvir de perto as demandas de povos indígenas venezuelanos, uma comitiva do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), comandada pela ministra Damares Alves, visitou o Centro de Tecnologias Sustentáveis para o Bem Viver – Raio de Luz localizado em São Sebastião (DF) nesta terça-feira (11). A instituição atende 24 famílias indígenas da etnia Warao, totalizando 80 pessoas, entre crianças e adultos.
O grupo de imigrantes estava em situação de vulnerabilidade social e agora, por meio do projeto-piloto desenvolvido em parceria com diversas entidades, já tem acesso a direitos como saúde, educação e documentação básica. Entre os serviços oferecidos pela instituição estão o suporte à saúde e à educação — com acompanhamento durante a matrícula de crianças e adolescentes na rede pública de ensino e aos estudos —, a regularização de documentos dos imigrantes junto à Polícia Federal.
Ao lado dos demais representantes do órgão, a ministra Damares Alves percorreu as instalações, que oferecem oficinas e cursos de capacitação. O local conta com 670 metros quadrados construídos, divididos entre cinco edificações com quartos, banheiros, cozinha, rendário, além de campo para práticas esportivas e local para plantio. Na ocasião, as lideranças falaram sobre suas trajetórias migratórias, suas necessidades específicas, assim como o papel da comunidade em seu processo de integração no Brasil.
O trabalho é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (Sedes), a Agência da ONU para Refugiados (Acnur), a organização Cáritas Arquidiocesana de Brasília, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH).
“No Brasil, já são mais 50 mil venezuelanos interiorizados. Uma das minhas missões, enquanto representante do Governo Federal, é buscar espaços para acolher esse povo. E mais do que isso: garantir condições de trabalho para que tenham uma vida digna. Assim, iniciativas como esta, que contam com a parceria de entidades tão especiais, são importantes para garantir a dignidade a todos eles. Nós vamos trabalhar muito para fazer a vida deles bem melhor aqui”, afirmou a titular do MMFDH.
A ministra também exaltou o trabalho desenvolvido pelas instituições religiosas em todo o país, representadas pela organização Cáritas. “Parem de criticar e perseguir as instituições religiosas no Brasil! Este aqui é apenas um dos milhares de exemplos de como essas instituições cuidam da nossa nação. Ai do Brasil se não fossem as instituições religiosas, especialmente nesse momento de pandemia”, completou.
A secretária nacional de proteção global, Mariana Néris, compôs a comitiva. A Pasta é a responsável pelas políticas públicas voltadas aos imigrantes no Brasil. “A SNPG trabalha para que os imigrantes venezuelanos que se encontram em território brasileiro não somente tenham garantidos seus direitos humanos e o acesso aos serviços públicos, mas igualmente sejam parte ativa no desenvolvimento de sua autonomia e integração social. O abrigo Raios de Luz para os imigrantes de origem indígena que estão no Distrito Federal é parte essencial deste projeto”, ressaltou.
A titular da Sedes e primeira-dama do Distrito Federal, Mayara Noronha, acompanhou o encontro. “Quero agradecer ao Governo Federal por essa junção de forças para a política de assistência social. Isso só fortalece as nossas ações e mostra a importância da causa. Que nosso Brasil como um todo seja um lar acolhedor para todos os que o procurarem”, desejou.
Durante sua fala, o cacique da tribo Warao, Miguel, compartilhou sua trajetória. “Cada dia que passamos era de tristeza, dor e sofrimento. Passamos por tudo, tivemos fome. Mas nunca perdemos a fé: sem ela, não somos nada. Até que chegamos aqui e já estamos há quatro meses. É uma alegria muito grande conhecer hoje a ministra Damares. Agradecemos muito”, disse.
Casa Maria de Magdala
Após a visita aos indígenas, a comitiva foi recebida por dependentes químicos acolhidos pela Casa Maria de Magdala, unidade II do projeto Salve a Si, também em São Sebastião. Este é especializado no acolhimento e reabilitação de mulheres com idade entre 18 e 60 anos. A Casa abriga atualmente 23 mulheres, que contaram suas experiências de superação.
“É com muito orgulho que recebemos todos aqui. É muito importante para cada uma das mulheres que aqui estão serem percebidas. Cada uma tem uma história de vida inspiradora e, no nosso espaço, temos a missão de acolher, proteger e recuperar”, comentou o fundador Henrique França.
Para dúvidas e mais informações:
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