O espetáculo “IRANDÌ – do barro ao ferro” será apresentado na cidade nos dias 12, 13, 19 e 20 de janeiro, com interprete de libras. A entrada é gratuita
Resgatar as raízes da cultura afro-brasileira. Esse é o objetivo do espetáculo “Irandì – do barro ao ferro”, do grupo de teatro negro Nós que aqui estamos, de São Sebastião. Na peça, que fica em cartaz nos dias 12,13, 19 e 20 de janeiro, contos de tradição africana ganham vida por meio da encenação moradores negros da cidade. A entrada das apresentações é gratuita e todas contam com intérprete de libras para garantir acessibilidade e democratização cultural.
A trama acontece em três atos que, apesar de não estarem em uma trajetória linear, estão conectados. No primeiro momento, é encenado o conto “O Doutor cura quem tá para morrer”, de Mestre Didi – um dos grandes responsáveis por preservar a ancestralidade afro-brasileira com estudos e publicações sobre o tema. As cenas levam a reflexão sobre a relação vida e morte.
Outro ponto do espetáculo acontece em uma cozinha, onde se retrata a memória das pessoas negras que contribuíram para a libertação do povo preto nos sentidos mais amplos de existência. A força de Ogum está presente na peça através do ferro que recobra a ideia de que o povo preto é guerreiro, com sangue de reis e rainhas.
Ao colocar o negro como protagonista desta história, a peça busca também o diálogo sobre o combate ao racismo e o papel dos negros na sociedade. O espetáculo será encenado nos dias 12 e 13 na Casa de Paulo Freire e nos dias 19 e 20 de janeiro no CED São Francisco, ambos em São Sebastião e sempre às 20h.
Este projeto é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.
O coletivo negro Nós que aqui estamos surgiu do desejo em comum de fazer alguma coisa que materializasse a pretitude e urgências criativas. Os encontros aconteceram nesses fluxos de estar na cidade de origem dos artistas, São Sebastião, onde os diálogos foram resultado dessas urgências. Questionados sobre o que fazer pela cidade, pela juventude negra e para expressar a arte, os artistas decidiram se mobilizar.
“Acreditamos que amor é construção. Estar entre pessoas pretas e em lugares que amamos, desperta a necessidade de construir para fortalecer e permanecer. É preciso lembrar que temos obrigações com nossos ancestrais. Preservar sua memória, para que também sejamos cuidados. É preciso estar atento a nossa família, amigos e amores, para nos re-conhecermos e nos re-conectarmos”.
SERVIÇO
Irandí – do barro ao ferro
12 e 13 de janeiro, às 20h, na Casa de Paulo Freire
Endereço: Casa 07 Quadra 201, Bairro Residencial Oeste – São Sebastião
19 e 20 de janeiro, às 20h, CED São Francisco
Quadra 17 Lote 100, Bairro São Francisco – São Sebastião
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