A primeira boa notícia chegou mais cedo, no treino do início da tarde de terça-feira. Com uma inflamação no joelho direito, Lucão havia passado bem por todos os testes e estava liberado para enfrentar o Canadá à noite. O adversário chegava empolgado após uma vitória por 3 a 0 sobre os Estados Unidos. E cheio de disposição para derrubar um outro gigante. Roubou um set e endureceu o jogo, que acabou entrando pela madrugada. Mas a “balada olímpica” acabou com festa brasileira no Maracanãzinho. A segunda em duas partidas: 3 sets a 1 (24/26, 25/18, 25/22 e 25/17).
O maior pontuador do confronto foi Maurício Borges, com 16 acertos. Um a mais que Lucarelli e John Perrin. O próximo compromisso da equipe será contra os Estados Unidos, na quinta-feira, às 22h35.
O jogo
Se o confronto começava morno, a torcida tratava de esquentá-lo. A resposta vinha rápida. Eder soltava o braço no saque. Bruninho e Lucarelli viravam paredões e a seleção abria 10/7. Serginho voava para salvar duas bolas difíceis. E ainda se fazia de levantador, olhando para um lado, enganando o bloqueio adversário e deixando Maurício Borges livre. Em reconhecimento, tinha seu nome gritado pela arquibancada. Wallace arrancava um ace e forçava Glenn Hoag a pedir tempo (16/11). O puxão de orelhas funcionava. Com uma pancada no ataque, Gavin Schmitt derrubava o líbero campeão olímpico lá no fundo da quadra. A equipe ia no embalo dele, se aproximava e agora era a vez de Bernardinho parar o jogo. Os canadenses passavam a manter os anfitriões bem próximos. Trabalhavam e ficavam a um ponto do empate. Por três vezes evitado. Serginho chamava a bola para fora e ela obedecia. Ele ria. O Brasil estava perto de fechar o set. Uma confusão na recepção e lá se ia a vantagem (24/24). Um ataque para fora de Evandro e a situação se invertia. Bruninho insistia duas vezes com Lucarelli. E duas vezes ele era abafado pelo triplo bem montado. Canadenses na frente: 26/24.
Após a bobeada, a seleção voltava colocando pressão. Bruninho surpreendia com uma bola de segunda. Wallace e Lucarelli subiam mais que o bloqueio (6/2). Os rivais trabalhavam com paciência e deixavam tudo igual (6/6). Mas também davam pontos de graça ao forçarem demais o saque. E ainda viam Lucarelli, sozinho, freá-los sozinho (11/7). Lucão aparecia bem. A passagem de Wallace pelo saque tirava o sossego do levantador Tyler Sanders (17/12). O Canadá passava a errar mais na parcial e a seleção sabia tirar proveito: 25/18.
O Canadá não dava refresco. Se os donos da casa fugiam um pouquinho, eles logo respondiam e ficavam colados no placar (12/11). Pegavam Wallace e empatavam. Gavin Schmitt garantia a liderança parcial após um ace. Lucarelli passava a ser a bola de segurança e recolocava o time no comando (18/16). A alegria durava pouco tempo. E lá ia o Brasil trabalhar de novo pela vantagem. Maurício Borges assegurava pontos importantes na reta final e a equipe fazia 2 a 1 com uma pancada de Wallace: 25/22.
A variação de saque de Wallace confundia os canadenses. Dava um respiro para a seleção (7/4). Maurício Borges ia se acertando depois de ser chamado a atenção por Bernardinho. E comemorava com o técnico um bloqueio perfeito (16/10). A torcida cantava. Os visitantes assimilavam o golpe. Sem eles apagavam, o Brasil brilhava. Serginho comandava a equipe e abria um sorriso ao ver os companheiros fazerem bem o trabalho na rede. Ao ver o grupo chegar a seu segundo triunfo.
Avaliações positivas
Ao fim do jogo, Bernardinho elogiou a agressividade do time nas principais jogadas, admitiu alguns erros, mas já está pensando no próximo rival:
– Nós precisávamos ser agressivos. O saque precisava ser agressivo. Houve erros? Sim, todo time erra. Mas o saldo final foi positivo. Sobre os Estados Unidos, eles vêm com tudo. Eles são um grande time e vai ser mais um grande jogo. Não jogaram bem contra o Canadá, mas hoje já jogaram bem. Temos que nos dedicar para conseguir essa vitória que vai nos garantir a vaga na próxima fase e nos afastar dos adversários.