Por Dra Cecília Peixoto
“Estamos passando agora pela mais profunda e dramática das mudanças: Como o ser humano vê o ser humano, como o homem se vê como pessoa, o que significa consciência, o que significa ter um corpo, expressar emoções e relacionar-se autenticamente”.
Este trecho foi escrito por Alberti & Emmons em 1978 e diz tanto do momento que estamos vivendo hoje. Desde a década de 70 já se falava que na nossa cultura ocidental tradicional o homem foi condicionado a ver-se e experimentar-se de modo negativos, tais como: medo, vergonha e culpa. Qualquer que seja o relacionamentos sociais, o homem foi pressionado a olhar para fora e para cima e a olhar pra figuras de autoridade e seguir regras de como pode ou não pode ser.
Muitas pessoas têm buscado mudanças, e quando eu mudo, radicalmente meu autoconceito, ou melhor, autoestima, então todas as estruturas sociais e relacionamentos baseados na autonegação, repressão e autoridade tornam-se agudamente questionáveis.
O fato de não aprendermos a ser assertivo nos leva à medos que muitas vezes são denominados de Fobia Social: “Um transtorno de ansiedade social, descrito no DSM -IV , caracterizado por situações de alarme, a pessoa fica sempre em um estado de alerta, não consegue relaxar, por medo da avaliação social dos outros ocorrendo principalmente quando ele precisa interagir com outras pessoas.”
Bernard Range(1995) apresenta três aspectos sendo eles: cognitivos as quais são exemplificados nestas frases:
-A opinião dos outros é crucial para o meu bem estar social.
-É vergonhoso mostrar se ansioso na frente dos outros.
Autoestima ou valor pessoal é determinado pela habilidade de um indivíduo em se desempenhar de forma competente.
-O meu valor pessoal depende do valor que os outros me atribui.
Nos aspectos fisiológicos: Os sintomas somáticos inclui: taquicardia, sudorese, espasmo muscular, tremor e rubor, distúrbios gastrointestinais e dor de cabeça.
Já nos aspectos comportamentais: o déficit em habilidades sociais também parece comum entre fobicos sociais, especialmente na forma generalizada. Dificuldades de manter contato ocular e bloqueio da fala e do pensamento.
Então o que se fazer quando se percebe estes aspectos é buscar uma ajuda na psicoterapia comportamental cognitiva que é realizado de uma forma objetiva, com interesse e compreensão mútuas na relação terapeuta-cliente. Esse processo se da através de técnicas, estratégias efetivas como: dessensibilização sistemática que trata se de uma técnica de aproximação nas situações sociais; então no primeiro momento conduz a pessoa para iniciar pelas situações que para ela são mais possíveis, menos desconfortáveis socialmente para situações sociais que são extremamente desconfortáveis e nessa técnica inicia expondo a pessoa e dando habilidades e recursos a ela para lidar com essas situações, ensinando comportamentos de uma maneira que ela consiga interpretar essa situação e aprender aos poucos habilidades para lidar com elas. E à medida que essa pessoa vai tendo mais segurança de que ela está conseguindo pequenos progressos , vamos conduzindo-a para fazer outros esforços mais tensos.
Outra estratégia seria a técnica de treinamento assertivo que é levar a pessoa a atingir uma melhor comunicação, nela são lançadas mão de estratégias para uma comunicação mais assertiva voltadas para o que ele precisa desenvolver. Tais estratégias são importantes porque a pessoa que tem ansiedade social muitas vezes chega ao consultório e diz: não sei o que estou fazendo aqui e nem sei o que tenho para dizer, mas tenho medo, medo de ser desagradável , medo de não me aceitarem.. Trabalhar a auto estima nessa pessoa também é uma forma de mostrar que ela é capaz e pode conseguir. E à medida que ela vai se expondo as situações sociais é muito interessante o que acontece porque a cada vez que ela se expõe e ela tem sucesso isso por si só é um motivador para que ela tenha novos contatos sociais com sucesso de novo e ela se motiva para novos contatos sociais e positivos , a ansiedade diminui , a coragem aumenta tornando -a mais assertiva e menos ansiosa.
Cecília Peixoto – Psicóloga Clínica. CRP _ 01/13435.
61 9.9652-4460