Mamografia: Padrão-ouro no rastreio do câncer de mama.

Desde o início dos anos 1910, a preocupação com a detecção precoce do câncer de mama vem ganhando importância no meio científico. Muito se conquistou para que os cânceres fossem detectados cada vez mais precocemente a fim de evitar cirurgias mutilantes ou até a morte da paciente por ter sido diagnosticada tarde demais.

Assim, a mamografia se estabelece como o exame padrão para a detecção precoce dos cânceres de mama. É sabido que, em 2017, quase 60.000 novos casos de câncer de mama ocorrerão no Brasil. De acordo com a literatura este exame tem grande precisão na detecção da doença, beirando os 90%, e a sua utilização como método de rastreamento reduz a mortalidade em 25-30%.

A mamografia é um exame de imagem da mama que tem como objetivo estudar o tecido mamário com a utilização de radiação (Raios X). O exame é feito numa máquina própria, chamada mamógrafo, após compressão das mamas entre 2 placas transparentes. São duas incidências ou posições mais usadas – embora possam haver outras: Crânio-caudal (comprime de cima para baixo) e Médio-lateral oblíqua (o aparelho comprime a mama na diagonal). A compressão é importantíssima, pois torna o tecido mamário mais fino e mais disperso, o que o torna melhor de ser avaliado.

De acordo com o Ministério da Saúde, o exame mamográfico é recomendado entre os 50 e os 70 anos. No entanto, vários estudos mostram, o benefício de se realizar o exame a partir dos 40 anos. Portanto, a comunidade médica, brasileira e internacional, recomenda o início do rastreio mamário com a mamografia a partir dos 40 anos de idade. Todavia, é necessário frisar que há casos e casos, por exemplo, mesmo sendo um exame padrão, a mamografia nem sempre está indicada, principalmente em pacientes mais jovens, devido à densidade do tecido mamário, ou seja, mamas de mulheres mais jovens, antes dos 40, por terem o tecido mais firme, podem ser pior avaliadas se for usada apenas a mamografia.

Outro aspecto importante é que existem muitos mitos envolvendo a Mamografia. O principal deles é relacionado à dor. A bem da verdade, o exame pode ser considerado levemente desconfortável, principalmente em mamas pequenas e em pacientes jovens, porém, nunca doloroso. Aquelas mulheres que sentiram dor, em sua maioria, não foram orientadas sobre o período correto em se fazer uma mamografia. O exame nunca deve ser feito próximo à menstruação ou durante o aleitamento, pois os seios ficam mais sensíveis devido aos hormônios femininos, e isso pode causar dor. Outro mito é sobre a radiação usada. Recentemente saiu na mídia sobre uma possível relação entre a mamografia e o câncer de tireoide. Depois de vários estudos, não foi comprovada qualquer relação. Inclusive, as entidades médicas tampouco recomendam o uso de protetor cervical durante o exame, pois como o objeto pode atrapalhar o correto posicionamento da paciente no mamógrafo. Além disso, é preciso dizer que a mamografia usa uma quantidade de radiação 4 a 5 vezes menor do que a simples exposição ao ar livre durante o ano.

Existem ainda diversas situações em que a mamografia pode ou não ser indicada. Para saber mais, consulte regularmente seu ginecologista, ele saberá orientar o melhor exame a fim de manter a boa saúde de cada mulher.

Dr William Leite Lemos Junior – ginecologista e obstetra

Clínica Médica Central da Saúde

Poliana Costa
Author: Poliana Costa

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